quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A gente tem mania de amar quem não tem tempo para isso.
E por não saber amar, a gente cisma com isso.
Talvez para se vingar.
A pessoa precisa nos amar.
A gente se esforça para ganhar bem.
Não consegue ganhar bem e gostar do que faz.
Quanto menos ter a quantidade de filhos que se gostaria de ter.
A gente acaba se contentando com o que a gente pode ser.
Morremos e a causa é o sufoco do pouco ou nada.
Ou do muito que ainda não agrada.
A gente não mora naquela casa
Nem naquele lugar
A gente mora aonde não tem as pessoas de lá.
A gente nunca quer estar onde está.
A gente se olha no espelho
E eu sei, você também se sente feio
Mas, não se sabe,  deve ser porque é seu aquele espelho
Como pode ser porque você tem um.
A gente anda a pé e gosta de ônibus
Quando se está no ônibus, se quer o trem
Quando estamos no trem, desejamos o carro
Quando temos o carro, queremos o avião
Ainda não contentes, temos que ter o jato
E o fusca? Fica para quem?
A gente tinha vitrola, inventaram o rádio
Dependemos da televisão
Não vivemos mais sem o tal do usb
Todos falam que é preciso ter
Então, temos que ter
E essa é a minha versão de ter ou ser. Eis a questão.

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