quarta-feira, 5 de outubro de 2016

não sei;

não sei; estávamos deitadas e, de repente, ela se vira na minha direção. É difícil. o cabelo longo, meio-liso-meio-nada se enrolava encaracolando lentamente ao meu. havia um silêncio e múltiplos e seguidos olhares. às vezes, encarava os olhos e, ai(!), que agonia. era a primeira vez que encarava e não devorava alguém. acariciava o rosto, da orelha ao queixo, leve, e pensei há quanto tempo não sabia... me entretive, não lembro dos seus olhos em mim. E detalhes importam.

Em silêncio era sua e, quando havia barulho, já não havia ninguém. Só medo.
não sei; sei lá.

O poeta nem sempre finge - não é tanto.

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