quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Depois de ter você

Depois de ter você, de que importa ser de mais alguém? Que lógica há de ter saber o que me faz bem? Para que servem madrugadas feito essas? E as conversas com a lua, da minha janela?

Depois de ter você, que sentido tem os carros que vem e vão? E toda essa solidão que me encontra quando não há mais luz? Que amor têm os homens? Qual prazer vou ter que conhecer de novo, depois?

Depois de ter você, como você pôde ser de outro? Como pôde deixar outros beijos acariciarem o seu rosto? Como foi assim, como conseguir ser tão mal para mim?

Depois de você, há de haver alguma coisa. Há de ainda ter o despercebido, o interessante e interessado. Há de sobrar algo dessas sobras de tanto amar em mim. Há de ainda fazer sentido algo assim.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A gente tem mania de amar quem não tem tempo para isso.
E por não saber amar, a gente cisma com isso.
Talvez para se vingar.
A pessoa precisa nos amar.
A gente se esforça para ganhar bem.
Não consegue ganhar bem e gostar do que faz.
Quanto menos ter a quantidade de filhos que se gostaria de ter.
A gente acaba se contentando com o que a gente pode ser.
Morremos e a causa é o sufoco do pouco ou nada.
Ou do muito que ainda não agrada.
A gente não mora naquela casa
Nem naquele lugar
A gente mora aonde não tem as pessoas de lá.
A gente nunca quer estar onde está.
A gente se olha no espelho
E eu sei, você também se sente feio
Mas, não se sabe,  deve ser porque é seu aquele espelho
Como pode ser porque você tem um.
A gente anda a pé e gosta de ônibus
Quando se está no ônibus, se quer o trem
Quando estamos no trem, desejamos o carro
Quando temos o carro, queremos o avião
Ainda não contentes, temos que ter o jato
E o fusca? Fica para quem?
A gente tinha vitrola, inventaram o rádio
Dependemos da televisão
Não vivemos mais sem o tal do usb
Todos falam que é preciso ter
Então, temos que ter
E essa é a minha versão de ter ou ser. Eis a questão.
Avise àquele moço
Aquele mesmo, de longe
Da cor de pele mais linda que já provei
Avise de minha saudade
Que já, de tanta, me rompe os seios
E me corrompe ao lembrar de meu apego
Ainda guardo comigo seu gosto
Seus beijos, minha pele
De tanto querer ser sua
De tanto querer que fosse meu
Meus seios rodeados por sua língua
Um jeito estúpido de fazer feliz
Um jeito muito dele de me fazer assim
Diga também, por favor, não se esqueça
Que não sei o tamanho de meu sentimento
Não sei se apenas gostei, se algum dia o amei
Mas que me pego a pensar, por vezes, a imaginar
Como teria sido o que não tivemos tempo para ser
Avise também o que não tive coragem
Que enquanto viva, meus dias era pensar nele
Pensar tanto e tanto, tanto
Que, sabe lá,
Talvez ele saiba o que carreguei no peito
Bem, ele sabe, há tempos deixou de ser segredo
Feito escudo, apenas um anjo amigo
Te protejo como for, do jeito que agora tenho
Te trago imaculado no peito
Pois à você devo meus melhores dias.
Minhas maiores noites…


Vai-se a primeira estrela da minha constelação.
Vai o verão.
Outono, inverno e primavera também.
Vai quem veio
Estrela que renasce ao apagar.
"Nostalgiar" felicidades
Benzer as saudades
Os caminhos que deixou por cá
Entreter seu legado
O peso de 1 segundo a ser sempre
relembrado
Eu vi, eu vi novamente
Continuarei a ver
A ver um sol nascer e uma lua brilhar com
os olhos do vento sentido feito sopro
Histórias de canção…
Textos de voz Lembranças, trechos, momentos
Tudo no ar
A vida em 1 segundo…
Como será que está agora?
Já faz um tempo que só o tenho na memória.
Me pergunto todos os dias
Se foi o acaso ou o sem querer
Que te roubou de mim
Sem que eu pudesse dizer
Minhas meias palavras de até logo.

Como será que está agora
Depois que encontrou sua hora?
Será glória?
Será que ainda chora
Lembrando do tempo que deixou
Das saudades de quem amou

De mim, que ainda sofro sua ausência
Com dores de quem teve paciência
Para crer que haveria mais um dia
De mim, que tenho saudades
Do nosso tempo da verdade
De sentir teu cheiro em cada adeus
De mim, que hoje me conformo
De não ter mais seu aconchego
E que por vezes me lembro
Como era ser melhor aos olhos seus.

De nós, que vivemos
E esperamos nossa hora
Na esperança de compartilharmos a mesma glória
E assim sermos melhores aos olhos
De quem nos secou os dias
E nos regou com a eternidade.

À você, meu avô, meu avô tão querido, Edivaldo.