sábado, 27 de junho de 2015
às vezes, só
desligo o mundo, canto sozinha, suspiro fundo, bebo um gole d'água como se fosse de vida
às vezes eu só queria o silêncio de não reconhecer você mais
de não te ver nas minhas curvas nem sentir seu gosto em mim
ainda tá fresco
terça-feira, 10 de março de 2015
Escrevo...
Meu real talento sempre foi escrever. Nunca foi frequentar faculdade, responder questões, participar de palestras. Nunca foi pensar em tcc. Também nunca foi passar o dia em uma escola dando aula nem estar em meio a tanta vaidade barata. Mas, meu real talento não me rende nada, sem ser elogios e leituras e parece que, ainda assim, me rende tudo o que preciso para viver, menos sobrevivência.
Há quem diga que devo parar e digo que não posso. Há quem diga que perco muito meu tempo, mas não perco. Há quem diga que é bobagem, relevo. Eu digo que sem escrever, meu talento não existe, não existo por completo e existir para quem tem talento já é muito vão. Muito não.
Pois então, o que dizem levar todos à algum lugar, não leva ninguém a nada. Escrever também não me leva a lugar algum. Estamos empatados. Você com suas sobras, eu com meus restos.
Porque é de restos que escrevo. Meu talento vem do que sobrevive ao breu, do que sustenta o inferno: vem de mim, do que há de mais profundo e inexato em um ser que pensa ser de humanas, quando na verdade, é muito humano.
E é por isso que não posso deixar de escrever, é por isso que enquanto um ler, estarei aqui. Porque sem escrever nada se organiza, subtrai.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Maria Amália
Exclui a Maria Amália dos meus contatos
Não consigo mais chegar até ela
Mas, por mim tudo bem
Porque meu amor nunca foi dela.
Era tudo mentira daquela ingrata
Que muito testemunhou sem nada dizer
Das omissões vieram minhas paranoias
Podia escolher muitas opções,
mas nada quis fazer.
Meu coração danou a sumir pela ladeira
Que já não subia, nem descia, parecia sempre inteira
Quis fechar a porta de Amália
Que por ser passagem, porta não tinha
Quis dizer umas verdades,
Mas de caráter, nada dizia
Queria impacto, algo que machucasse tanto
a ponto que remendo nenhum curasse o seu pranto
Depois para não perder o costume
Arrebentei meu prazer
Saí pela Amália dizendo
Que gemi feito louca na cama com outro
Enquanto Maria Amália do lugar não saía
Nem assim poderia fazer
Ficou choramingando pelos cantos que já conhecia bem
Cada canto que soube que foi, fui também
Sequei suas lágrimas pelo chão, mas do seu rosto não
As do rosto deixei para a pele sugar
Ainda assim ouvi falar:
Coitada de Amália, daquele lugar
Revoltada, fingi ignorar
Entendi por fim o que vieram me dizer
Maria Amália era a coitada por abrigar
O que nem o inferno podia ceder
Não consigo mais chegar até ela
Mas, por mim tudo bem
Porque meu amor nunca foi dela.
Era tudo mentira daquela ingrata
Que muito testemunhou sem nada dizer
Das omissões vieram minhas paranoias
Podia escolher muitas opções,
mas nada quis fazer.
Meu coração danou a sumir pela ladeira
Que já não subia, nem descia, parecia sempre inteira
Quis fechar a porta de Amália
Que por ser passagem, porta não tinha
Quis dizer umas verdades,
Mas de caráter, nada dizia
Queria impacto, algo que machucasse tanto
a ponto que remendo nenhum curasse o seu pranto
Depois para não perder o costume
Arrebentei meu prazer
Saí pela Amália dizendo
Que gemi feito louca na cama com outro
Enquanto Maria Amália do lugar não saía
Nem assim poderia fazer
Ficou choramingando pelos cantos que já conhecia bem
Cada canto que soube que foi, fui também
Sequei suas lágrimas pelo chão, mas do seu rosto não
As do rosto deixei para a pele sugar
Ainda assim ouvi falar:
Coitada de Amália, daquele lugar
Revoltada, fingi ignorar
Entendi por fim o que vieram me dizer
Maria Amália era a coitada por abrigar
O que nem o inferno podia ceder
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