domingo, 23 de outubro de 2016

Só sabe de fim quem sobrevive

Quem faz minha vida sou eu, disse bem cedo
Eram dezesseis ou pouco mais - ou menos - que isso
Minha mãe, seduzida pelos búzios, me dizia do futuro
E cá estou desafiando o destino pelo qual nasci

Acordo quando quero e me deito da mesma forma
Às vezes dias no tempo, outras vezes dias sem ele
Tempo, tempo, tempo, tempo
Cadê o meu pedido?

Danem-se os espelhos, os atropelos, as curvas, encruzilhadas, trilhas e conselhos
Na beira do mar, Ogum soprou: Cresce e aparece.
Soprou um grito bem tiro, certeiro
Ginguei de um lado para o outro, ninguém para segurar

Caí e levantei. Arrebitei o nariz e cresci de vez.

Só sabe de fim quem sobrevive


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